A Eurocidade Chaves-Verín é constituída pelo território que o Município de Chaves e o Município de Verín ocupam no Vale do Alto Tâmega no Norte de Portugal e Sudeste da Galiza, respetivamente.
Chaves é um município com pouco mais que 41 mil habitantes (dos quais cerca de 20 mil no perímetro urbano), sendo o centro urbano estruturante do território do Alto Tâmega (6 municípios com cerca de 92 mil habitantes).
Verín, por seu lado, é um município com pouco mais que 14 mil habitantes, centro de uma extensa área funcional (que inclui não apenas a Comarca de Monterrei-Verín, com 25 mil habitantes, mas também alguns municípios em Comarcas vizinhas).
O território da Eurocidade Chaves-Verín constitui um contínuo populacional, separado administrativamente pela fronteira. Trata-se, desde o ponto de vista geográfico, de um grande vale, unido pelo rio Tâmega e atravessado por uma falha tectónica, que oferece as condições específicas para a exploração de um recurso fundamental para a economia da Eurocidade Chaves-Verín: a água.
De acordo com os Censos, em 2011 residiam na Eurocidade Chaves-Verín 55.710 pessoas, correspondendo a população do Município de Chaves a perto de três quartos e o outro quarto à de Verín.
No entanto, o peso da população de Chaves na aglomeração transfronteiriça tem vindo a diminuir nas últimas décadas, uma vez que foi observada uma perda de população em Chaves, de 8% em relação a 1970, enquanto que em Verín, a população residente aumentou 45% em relação ao mesmo período de referência.
Fonte: INE / INE
Por grandes grupos etários, a população residente na Eurocidade com mais de 65 anos (24,0%) quase que duplica a população com 15 anos ou menos (13,1%). O peso da população é ainda mais relevante quando comparado com os dados de ambos os dois países, ou da Eurorregião Galiza-Norte de Portugal. Da mesma forma, exceto a Galiza, o peso da população com 15 ou menos anos da Eurocidade é inferior aos dados registrados tanto pelos dois países como da Eurorregião.
Fonte: INE / INE, 2011
Em relação à sua dimensão territorial, a Eurocidade tem uma superfície de 685,3 km2. Também neste caso, Chaves contribui com a maioria da superfície do território (591,2 km2) à Eurocidade Chaves-Verín, com uma área seis vezes superior à do município de Verín (94,1 km2). De fato, esta proporção é semelhante quando se compara o tamanho médio dos municípios portugueses com tamanho médio dos espanhóis, evidenciando a maior importância do poder local em Portugal, quando comparado com a administração local, em Espanha.
Fonte: INE / INE, 2011
A densidade populacional da Eurocidade situa-se nos 81,3 hab/km2, abaixo da média tanto dos dois países, como da Eurorregião. Esse valor evidencia o peso das zonas rurais do Município de Chaves, resultando numa densidade populacional baixa do concelho (69,8 habitantes por km2), apesar da dimensão da sua cidade. Em contraste, a densidade de Verín (153,7 km2) excede mais do que o dobro os números de Chaves, situando-se acima da média tanto da Espanha, como a Galiza.
Os dados populacionais da Eurocidade devem ser analisados no seu contexto territorial. O seu território está localizado numa zona rural e de interior, longe das principais áreas metropolitanas da Península Ibérica.
Além de seu caráter de fronteira, normalmente associada a baixas densidades populacionais, o seu território está a assistir a fenómenos de despovoamento e de êxodo rural, baixa taxa de natalidade e envelhecimento acelerado da população.
O fato de que tanto a cidade de Chaves, na região do Alto Tâmega, e Verín, na comarca de Monterrei, se posicionarem como centros urbanos de referência na sua área de influência, marcado pelo seu caráter rural, constituem uma alternativa para o êxodo populacional para as grandes cidades.
No entanto, os baixos níveis de população jovem que se verifica nas áreas rurais e municípios vizinhos, coloca em risco no futuro este fator de atração que as duas urbes do seu território de influência tendem a desempenhar.
A implementação das linhas estratégicas de Europa 2020, através do investimento em crescimento e do emprego num contexto de cooperação transfronteiriça é essencial para reverter as tendências regressivas populacionais que se assiste na Eurocidade e no seu território de influência.